Secretaria de Saúde intensificou ações para detectar novos casos, pois redução pode representar subnotificação da doença.
Nos quatro primeiros meses de 2021, Manaus registrou 17 casos confirmados de hanseníase. Esse número representa uma queda de 51,6% na identificação de novos casos, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Diante disto, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) intensificou as ações de vigilância para a detecção de novos casos, pois essa redução pode representar subnotificação da doença. A secretaria oferta exames de pele aos usuários que procuram as unidades de saúde.
A chefe do Núcleo de Controle da Hanseníase da Semsa, enfermeira Ingrid Simone Alves dos Santos, explica que há a possibilidade de subnotificação de casos, por conta da baixa procura da população por exames durante a pandemia.
“A detecção precoce dos sintomas da hanseníase é essencial para evitar que a doença cause lesões irreversíveis. Em 2020, dos 72 novos casos de hanseníase avaliados no município, 63,24% dos pacientes já apresentavam algum grau de incapacidade no momento do diagnóstico da doença”, alertou Ingrid Santos.
Os primeiros sintomas de hanseníase podem surgir entre dois e sete anos após o contágio da doença, que é causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae). A transmissão ocorre por contato, familiar ou social, íntimo e prolongado com pessoa doente que está eliminando o bacilo por meio de secreções nasais, tosses ou espirros.
A identificação de casos de hanseníase é feita pelo exame de pele e de nervos, avaliando sinais e sintomas, que na fase inicial da doença são caracterizados por lesões na pele que causam diminuição ou ausência de sensibilidade ou lesões dormentes, além de edema de mãos e pés, febre, dor na articulação, entupimento e ressecamento do nariz, ressecamento dos olhos, nódulos dolorosos, mal-estar geral, dor ou espessamento dos nervos periféricos, principalmente nos olhos, nas mãos e nos pés e a diminuição ou perda de força nos músculos, principalmente nas pálpebras e nos membros superiores e inferiores.
O diagnóstico é clínico, epidemiológico ou laboratorial. A hanseníase tem cura, com um tratamento que dura de seis meses até 24 meses. As medicações são distribuídas de forma gratuita e disponibilizadas para o paciente na unidade em que faz acompanhamento.
Ingrid Santos lembra que o paciente já deixa de transmitir a doença após a primeira dose da medicação.
Região Norte registra mais de 60 mil de novos casos de hanseníase na última década
Dados em Manaus
Segundo a enfermeira, o município tem alcançado resultados positivos na cura dos pacientes, apresentando um índice de 95,65% no ano de 2019 e de 94,59% em 2020, acima da meta de 90% preconizada pelo Ministério da Saúde.
No que se refere ao abandono do tratamento, o município registrava no ano de 2019 uma taxa de 1,74%, o que significou um decréscimo quando comparado aos anos anteriores a 2017, quando a taxa alcançou 10,07%. No entanto, em 2020, a taxa de abandono atingiu 3,60%, e em 2021 se encontra em 3,16%, o que também pode ser considerado um reflexo da pandemia da Covid-19, com os pacientes não mantendo o acompanhamento nas Unidades de Saúde.
Fontes G1amazonas.com