A Supercopa do Brasil não tem essa importância toda que será dada. Mas reuniu os dois melhores times do país, todo mundo queria um tira-teima e ele veio. Apesar de ser início de temporada, faltar ritmo, estar um solzão em Brasília, foi um grande jogo de futebol entre Flamengo e Palmeiras. À altura do que se esperava.
No fim, o empate por 2 a 2 foi uma bela tradução do que aconteceu em campo. Um jogo intenso, com chances de gols para os dois lados e com pontos fortes e fracos dos dois bem expostos. Não, não conseguimos saber quem é melhor.
A vitória do Flamengo nos pênaltis fica apenas para a história e para os torcedores gozarem um do outro. Logicamente, não mostra quem foi melhor.
Ao Flamengo, sobra talento ofensivo, mas talvez faltem algumas alternativas táticas para a fase defensiva do jogo. Quando acuado, o Flamengo costuma abrir o bico. A alternativa com Arão na zaga e Diego no meio me parece boa para jogos “de um time só”, nem tanto para partidas mais duras. No segundo tempo, o Flamengo nunca soube encontrar uma resposta para a pressão palmeirense.
O Palmeiras, do outro lado, tem variáveis táticas, se molda bem ao adversário da vez e tem muita aplicação. Mas há alguns pontos fracos claros, como Marcos Rocha .
O jogo começa com um gol do Palmeiras, já uma demonstração do belo duelo que viria. Diego Alves tenta sair jogando com um lançamento, Felipe Melo intercepta, Raphael Veiga recebe e dá uma linda meia lua em Arão, tocando de calcanhar e pegando na frente. Depois, foi só concluir. Um golaço.
A pressão exercida pelo Palmeiras deu certo durante boa parte do primeiro tempo, mas gerou algumas faltas duras, que Vuaden corretamente puniu com amarelos (para Melo e Wesley).
O problema é confundir tensão com pilha. Competir não necessariamente é sinônimo de histeria. E o banco do Palmeiras estava histérico demais. O que é uma característica marcante do futebol brasileiro e pelo jeito já contagiou a turma portuguesa do Palmeiras.
Quando Vuaden não mostrou um amarelo para Diego (para mim, a única falha do árbitro no primeiro tempo), o banco explodiu de vez. Abel acabou expulso e prejudicou o próprio time.
Enquanto isso, o Flamengo jogava. Os meias e atacantes começaram a se movimentar mais e criar problemas para a defesa palmeirense. Numa tentativa de afastar, Luan deu a bola nos pés de Arrascaeta, que deu um tapa maravilhoso para Filipe Luís. O lateral invadiu a área, passou por Gómez e acertou a trave, mas Gabigol estava pronto para empatar no rebote.
No finalzinho do primeiro tempo, novamente Arrascaeta brilhou. Recebeu pela esquerda, trouxe para o meio e chutou firme para virar o jogo. Marcos Rocha assistiu a tudo passivamente e ainda teve a pachorra de reclamar com os companheiros.
Luan e Marcos Rocha são os pontos fracos do time do Palmeiras e isso ficou ainda mais exposto neste domingo, em Brasília.
No segundo tempo, o Flamengo ficou muito passivo diante de um Palmeiras que foi buscar o empate. As mudanças feitas no intervalo e ao longo do segundo tempo mostram que talvez o Palmeiras tenha mesmo um elenco mais robusto que o do Flamengo.
O time do Flamengo é claramente mais talentoso. Mas o Palmeiras consegue equilibrar o 11 contra 11 na tática. E aí tem um elenco com mais opções. Foi o que vimos hoje.
As entradas de Menino, Danilo e Verón melhoraram o time. Mayke não é nenhum gênio, mas Marcos Rocha não podia continuar em campo mesmo.
O Palmeiras criou várias chances no segundo tempo, até que veio o pênalti infantil de Rodrigo Caio em Rony. Até acho que o puxão de camisa não foi suficiente para derrubar o jogador do Palmeiras, mas o lance é descarado, fica difícil para o árbitro “interpretar” força quando uma camisa é puxada. Raphael Veiga empatou.
Depois, ficou para os pênaltis. Mas a dúvida continua: quem é melhor? Não sabemos.
Fontes www.uol.com.br/esporte